quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Estou a tentar ler um livro desde Setembro...

Aqueles que me Conhecem conseguem ver a dureza do título deste Post.
Conseguem ler o desespero nos espaços entre palavras.
Aqueles que me viam a devorar livros em horas conseguirão entender. Ou não sei se entenderão e se nas suas cabeças apenas soará a palavra preguiça.

Preguiça. Comodismo. Inércia.
E no entanto as batalhas internas que travo levam-me a roupa e o sangue. E no entanto o meu corpo diz-me não aguentar mais cansaço, mais revolta, mais um movimento sequer.

O olhar dos livros empilhados na minha cómoda inquieta-me.


Relembro Florbela Espanca:

Sou uma céptica que crê em tudo, uma desiludida cheia de ilusões, uma revoltada que aceita, sorridente, todo o mal da vida, uma indiferente a transbordar de ternura.
Grave e metódica até à mania, atenta a todos as subtilezas dum raciocínio claro e lúcido. Não deixo no entanto de ser uma espécie de D.Quixote fêmea a combater moinhos de vento, quimérica e fantástica, sempre enganada e sempre a pedir novas mentiras à vida, numa dor de mim própria que não acaba, que não desfalece, que não se cansa!

E à tarde fica sempre tudo pior...

1 comentário:

  1. Quando leio isto, o que me doí não é saber como estás e sim saber que não posso tirar a dor e o desespero das tuas costas para meter nas minhas. O que me doí é saber que nada posso fazer para acalentar a esperança.

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